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06/02/2011

Os tesouros esquecidos do Palácio do Planalto

Uma valiosa coleção de quadros, móveis e esculturas foi encontrada abandonada em armários, depósitos e garagens da sede da Presidência

Isabel Clemente - Revista Época

Quando a reforma do Palácio do Planalto ficou pronta, há cinco meses, uma comissão interna de especialistas saiu à procura das obras de arte espalhadas pela sede e pelos quatro anexos da Presidência. O objetivo era reunir o que de melhor havia para decorar os amplos corredores e salões vazios da sede do poder. Era um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incomodado com os quadros trancados em gabinetes, longe dos visitantes.

O que Lula não sabia, nem a comissão desconfiava, era da existência de uma valiosa coleção de quadros, esculturas e móveis abandonados em armários, depósitos e garagens. Dois quadros do pintor espanhol Joan Miró, avaliados em US$ 1,5 milhão cada um, apareceram assim. Um saiu de um depósito de suprimentos. O outro estava na parede de uma salinha ocupada por uma funcionária. Parecia tão improvável que foi preciso verificar a autenticidade da assinatura para ter certeza sobre o tesouro escondido.

Na garagem do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, foi encontrada uma tela do pintor e arquiteto Firmino Saldanha feita para a inauguração do Palácio do Planalto, em 1960. Da mesma forma, a obra Os músicos, de Glênio Bianchetti, pintor, ilustrador e tapeceiro gaúcho, voltou a formar o quinteto original depois que o quinto quadro foi encontrado num dos anexos da Presidência. Durante muito tempo, os quadros com quatro dos cinco “músicos” serviram de encosto para seguranças num corredor.

A garimpagem também encontrou três exemplares, de 5 x 5 metros, de tapetes Casa Caiada. São artigos feitos à mão, exportados para o mundo todo, que estavam empoeirados em um depósito. Móveis de jacarandá (madeira nobre ameaçada de extinção) dos nomes mais expressivos do design brasileiro estavam na mesma situação. Vendidas em Nova York na casa dos milhares de dólares, cadeiras, mesas e poltronas anos 60 de Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin e Oscar Niemeyer mais pareciam artigos imprestáveis, empilhados no depósito. Continue aqui

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